sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cimento de cálcio melhora recuperação de tratamento de canal e reduz custo














Um cimento composto à base de aluminato de cálcio, material utilizado em larga escala na construção civil, deve cortar pela metade o custo de um procedimento dentário que envolva tratamento de canal. O material é usado no cimento refratário e é capaz de suportar altas temperaturas com aplicações em fornos siderúrgicos. As informações são da Agência USP.
O novo material, chamado EndoBinder, foi testado e aprimorado pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) e desenvolvido pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), com tecnologia transferida para empresa privada.
Além do custo menor, o material mostrou melhores resultados no selamento de perfurações dentárias radiculares, ou seja, perfuração de raízes simples e duplas, chamadas de furca de dentes. É o que explica a professora Fernanda Panzeri Pires de Souza, coordenadora das pesquisas e responsável pelo Laboratório de Análise de Biomateriais, da USP Ribeirão Preto.
- Nos testes biológicos, em ratos, verificamos que ele trouxe um resultado mais benéfico que o material atualmente utilizado, principalmente na recuperação do tecido no local, pois causa menor inflamação.
De acordo com a professora, o EndoBinder também manchou menos os dentes.
- O material que está hoje no mercado, ao final de um ano, apresentou aspecto acinzentado, enquanto o EndoBinder não mostrou diferença visual na aparência do dente ao final do mesmo período.
As perfurações de raízes podem ocorrer tanto por acidente, durante o tratamento do canal, como por processo inflamatório no local. Também podem ser causadas por cárie, que deixa a dentina muito fina, ou ainda por traumas.
Além de testar o selamento da perfuração na raiz, a professora diz que foram modificadas algumas composições, como o radiopacificador, por exemplo, um produto colocado no cimento para que ele fique visível na radiografia.
- Depois disso, fomos saber se ele era viável biologicamente. Primeiro testamos em ratos, e ele mostrou um resultado melhor, causando menos inflamação no tecido do que o produto existente no mercado, por isso levou a uma recuperação mais rápida.
Fonte: R7