terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crianças com dificuldade de aprendizagem levam menos tempo escovando os dentes

Segundo estudo publicado nos Estudos de Psicologia (Campinas), elas também apresentam menos auto-regras para controle da escovação.
 
Buscando identificar e analisar possíveis relações entre dificuldade de aprendizagem e autocuidado dentário, Andréa Carlesso Lozer, da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, e Sônia Regina Fiorim Enumo, da Universidade Federal do Espírito Santo, investigaram 60 crianças da 3ª e 4ª séries do ensino fundamental de uma escola pública de Vitória (ES).
 
Segundo o artigo "Autocuidado dentário em alunos com e sem dificuldade de aprendizagem" publicado em 2007 na revista Estudos de Psicologia (Campinas), as autoras utilizaram um teste de desempenho escolar para dividir os alunos em dois grupos: com (grupo 1) e sem (grupo 2) dificuldade de aprendizagem. Assim, elas realizaram a verificação do biofilme dental, antes e após a escovação dos dentes, e fizeram uma entrevista sobre autocuidado dentário com cada um dos participantes.
 
Após estudo do conteúdo das entrevistas e análise funcional do comportamento de escovação dentária, as pesquisadoras identificaram que as crianças do grupo 1 tiveram um tempo significativamente menor de escovação dentária quando comparadas as outras crianças. Os participantes do grupo 1 também apresentaram "menos auto-regras para controle da escovação, informações menos precisas sobre cáries e mais punição pelos pais frente à esquiva ou recusa da escovação", afirmam no texto.
 
Desta forma, elas entendem que estudos interdisciplinares são desejáveis em psicologia e odontologia para a proposição de programas de intervenção em saúde bucal mais eficazes.

Agência Notisa

Nova técnica simplifica a fixação de próteses totais

O microempresário Ronaldo (nome fictício), 48, usa dentadura há 30 anos. Em todo esse tempo, de um episódio ele se lembra bem. "Pulei no mar e saí banguela. Perdi a dentadura na água." Uma técnica que vem ganhando espaço no país -e com perspectiva de queda no custo- pode acabar com problemas como o do microempresário. O procedimento, chamado implante de zigomático, permite a fixação de uma prótese na parte superior do maxilar. A grosso modo, a pessoa fica com uma "dentadura fixa". Em casos como o de Ronaldo, um implante simples não funciona. Isso porque a massa óssea no maxilar de quem usa dentadura há muito tempo, normalmente, fica pequena -o organismo, naturalmente, absorve o osso. Assim, não há como fixar a prótese.


Com a nova técnica, o implante é fixado em um osso chamado zigomático. Ele fica na parte interna do que é conhecido popularmente como maçã do rosto. Esse procedimento é uma alternativa ao enxerto, outra técnica utilizada em casos de pessoas com pouca massa óssea no maxilar. A cirurgia com enxerto, porém, é complexa, pois é preciso tirar parte do osso de outra região para colocar na boca, e a pessoa pode sentir dor por até um mês. "A cirurgia com enxerto é agressiva e maior. A do zigomático é uma opção interessante", diz Fábio Bastos Neto, coordenador do curso de Implantodontia da seção paulista da ABCD (Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas). Ele estima que até 2.000 pessoas já tenham feito essa operação no país -não há dados precisos. O que impede um aumento no número dessa cirurgia, segundo Bastos Neto, é o preço. Ela custa de R$ 7.000 a R$ 10 mil.


O valor ainda assusta, mesmo sendo quase a metade do que é gasto no enxerto -pois este requer mais despesas com internação e anestesia. Para os próximos meses, há uma perspectiva de queda no valor do implante zigomático. Isso porque a empresa Conexão Sistemas de Prótese afirma que irá começar a produzir no Brasil os materiais necessários -hoje eles são importados. "A cirurgia deverá ficar entre R$ 3.000 e R$ 5.000", diz Rodolfo Alba Candia Júnior, diretor-presidente da empresa. Bastos Neto, da ABCD, confirma que o preço deverá cair. Luis Augusto Passeri, professor de cirurgia buco-maxilo-facial da Unicamp, diz preferir o enxerto, por deixar a região mais parecida com o que era originalmente. "Esteticamente, fica melhor, porque você consegue repor o osso. Mas para quem não quiser passar por uma cirurgia tão complicada, a do zigomático é uma boa opção.”

PASSEI POR ISSO


"Parece que os dentes são meus mesmo"


Aos 22 anos, já não possuía nenhum dente na parte de cima da boca. Tenho problema de calcificação, e a minha dentição era muito fraca. Comecei, então, a usar dentadura. Tinha vergonha, contei para poucas pessoas. Com o passar do tempo, a sustentação da dentadura ficou ruim. Ela não parava mais. Isso gerava insegurança. No meio das conversas, sentia que a dentadura caía. Por receio de ela sair, ria pouco. Uma vez, estava brincando com as crianças no berçário onde trabalho e a dentadura voou. Foi assim que o pessoal do hospital soube que eu não tinha dentes. Foi constrangedor. Fui para o banheiro e chorei muito. Há uns dez anos, li em uma revista sobre o enxerto. Mas era um procedimento complicado, caro e precisava tirar parte do osso da minha bacia e colocá-lo na boca. Desisti. Há uns cinco meses, fiquei sabendo dessa nova técnica. Resolvi apostar. Vi o tamanho do pino, fiquei um pouco apreensiva. A cirurgia durou umas seis horas, mas não foi complicada nem senti uma dor insuportável. O resultado ficou muito bom. Dois dias depois da cirurgia, já podia comer. Parece que os dentes são meus mesmo. E melhorou minha estética. Tinha o maxilar um pouco afundado. Com a dentadura fixa, ele foi para frente. Já me perguntaram se fiz plástica. E meu marido disse que estou até faladeira demais agora. Quando você usa dentadura, se esconde ao máximo.


Depoimento da enfermeira Marcia Regina Mota, 48 anos.


Folha de São Paulo










Dentes sob medida

 
O terrível atentado de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas de Nova York ocorreu ao mesmo tempo em que um avanço científico importante era registrado em Boston, também nos Estados Unidos.
 
“Lembro da data com muita clareza. Ao mesmo tempo em que havia um grande sentimento de tristeza, estávamos particularmente felizes por causa dos resultados de nosso trabalho”, disse Silvio Duailibi à Agência FAPESP. Naquele dia, o grupo do qual fazia parte o brasileiro conseguiu, a partir de células-tronco adultas, desenvolver um dente.
 
Duailibi está de volta ao Brasil, como professor visitante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e continua os estudos iniciados em Boston. “Estamos na fase de usar células humanas e de primatas em ratos. Ainda não começamos com células humanas em seres humanos, mas com recursos suficientes poderemos, em cinco ou em sete anos, no máximo, colocar um dente na boca de um paciente”, afirma.
 
Os experimentos realizados em 2001 já geraram o depósito de uma patente na área de engenharia tecidual. “Fazem parte desse pedido três instituições: a Unifesp, o Instituto Forsyth e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts”, explicou o dentista, que proferiu conferência em julho na 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza.
 
Segundo Duailibi, a pesquisa a partir de células-tronco adultas tem prioritariamente uma origem técnica. “A questão ética também é importante, mas, nesse caso, no qual usaremos as células do próprio paciente para fazer um dente, estaremos tentando evitar o problema da rejeição, que existe no caso dos transplantes de órgãos”, explicou.
 
Essa linha de pesquisa, para o pesquisador, tem uma importância gigantesca também para a saúde pública do Brasil. “Pode ser muito útil para a reparação óssea em geral e também de cartilagens”, avisa.
 
Agência FAPESP

Pesquisadores querem desenvolver "dente-celular"


Pesquisadores querem desenvolver "dente-celular"

Uma dupla de pesquisadores do Laboratório de Mídia do Massachusetts Institute of Technology -MIT em Dublin, na Irlanda, desenvolveu um dispositivo de fazer inveja ao agente 007: um dente que pode ser usado para receber sinais de um telefone celular.

O projeto de James Auger e Jimmy Loizeau, pesquisadores do laboratório, é um dos concorrentes de uma competição de produtos inovadores da Fundação Nacional para a Ciência, Tecnologia e Artes da Grã-Bretanha.Mas antes de consultar seu dentista para obter um desses dentes-celulares, é melhor ter bastante paciência.

O dispositivo é apenas um conceito e sequer um protótipo foi construído. Segundo Auger, é necessário esperar que haja interesse comercial na idéia. "Vamos aguardar e ver", disse ao site inglês ElectricNews.Net.Basicamente, o dente futurista usaria tecnologia sem fio -como os padrões 802.11 ou Bluetooth- para receber sinais de dispositivos de áudio como celulares, rádios, aparelhos de som ou computadores.
 
Esses sinais seriam transformados em vibrações que viajariam do dente para o crânio, criando sons diretamente no ouvido interno da pessoa. Ninguém mais poderia ouvir a comunicação. "Na verdade, a idéia não era desenvolver um produto comercialmente viável rapidamente", explicou Auger. "Nosso maior interesse mesmo era o retorno da proposta". Ele disse que parte do projeto era ver a reação das pessoas à biotecnologia futurística que fosse facilmente antevista, mas que ainda não existe. "Muita gente ficou chocada com a idéia", diz."Muita gente, quando observa o projeto, o vê como uma solução para pessoas surdas, algo que não fazia parte de nossa concepção", diz Auger.
 
No Laboratório de Mídia da Europa, Auger quer continuar a gerar idéias sobre novas tecnologias e sentir a reação das pessoas à idéia de repor ou melhorar partes do corpo com máquinas ou por outros meios tecnológicos. Atualmente, ele está trabalhando em um projeto que lida com as implicações sociais das modificações genéticas.

"Há um enorme debate sobre este tipo de coisas. Se você aplica a Lei de Moore (que diz que o desempenho dos processadores dobra a cada 18 meses), faz sentido que em 30 anos olhos e orelhas artificiais estarão disponíveis e com mais capacidade do que os órgãos normais", disse. "Será que as pessoas vão trocar seus olhos naturais por uns com visão noturna ou de longo alcance? E mais importante, como as pessoas vão se sentir com esse tipo de coisa se elas o fizerem?", questiona o pesquisador.

Para mais informações sobre o trabalho de Auger, visite o site do pesquisador. http://www.augerment.com/

UOL Inovação - Biotecnologia

Casca de ovo de crocodilo pode ser útil em tratamento dental

Cientistas tailandeses descobriram na casca de ovo de crocodilo uma rica fonte de hidroxiapatita, substância rica em cálcio empregada em implantes de dente e no tratamento de fraturas ósseas, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

A descoberta foi feita por uma equipe de farmacêuticos da Universidade de Kasetsart, após uma pesquisa de quase três anos com ovos procedentes dos maiores criadores de crocodilos da Tailândia.
 
Segundo o professor Sutatip Sirisarnpisart, em um grama de casca de ovo de crocodilo há cerca de 70% de hidroxiapatita, substância que a indústria farmacêutica internacional extrai, atualmente, da casca de ovos de galinhas.
 
Em seus experimentos, os cientistas tailandeses constataram que as cascas de ovo de crocodilo, trituradas e misturadas com fosfato e expostas a um processo hipotérmico --como é feito com as de ovo de galinha--, possuem melhor qualidade, já que sua pigmentação é mais branca e apresentam maior espessura.
 
Os cientistas acreditam que os resultados da pesquisa ajudarão a fortalecer os negócios em criação de crocodilos no país.
 
Folha On Line da Efe, em Bancoc

Sorriso em Risco

Sucos ácidos provocam erosão nos dentes. É o efeito colateral da alimentação saudável



Durante décadas, uma das maiores ameaças à beleza de um sorriso foi a cárie. Ela resulta da proliferação de bactérias causadas pela falta de higiene correta. Outro grande problema eram as doenças na gengiva (também chamadas de periodontais). Elas provocam o amolecimento e a perda dos dentes. Os dois males ainda existem, mas estão controlados na maior parte da população graças ao flúor presente na água e nas pastas de dente.


A nova preocupação dos dentistas é a erosão dental, causada por alimentos e bebidas ácidas. Os dentes perdem minerais – como o cálcio – e se tornam quebradiços, com bordas trincadas. Ela também provoca afinamento do esmalte, uma aparência amarelada e sensibilidade a alimentos gelados ou quentes.


Curiosamente, a erosão dental parece ser um efeito colateral da dieta extremamente saudável. O aumento dos diagnósticos, segundo os dentistas, ocorre justamente no grupo de pacientes que toma mais cuidado com o corpo e com a alimentação.Consumir sucos e chás de frutas cítricas, bebidas isotônicas, vinagre e molhos para saladas é aparentemente inofensivo, diz o dentista Eduardo Tinoco, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mas, quando a pessoa exagera na dose, os dentes sofrem. “Existe gente que substitui água por isotônico. Quem ingere mais de 1 litro de bebida ácida por dia já coloca os dentes sob risco”, afirma. Refrigerantes em excesso provocam os mesmos danos.

Algumas pessoas que sofrem de erosão dental também têm as gengivas retraídas. A combinação provoca hipersensibilidade. E pode produzir dores terríveis se o desgaste já estiver em estágio avançado. “Às vezes, a única saída é a restauração do dente. É preciso recobri-lo com resina ou até mesmo fazer um enxerto de gengiva”, diz o dentista Marcelo Fonseca, diretor da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. Segundo Fonseca, cerca de 70% da população sofre de erosão ácida. Mas a maioria só se dá conta quando o problema já está num estágio avançado.

O processo de enfraquecimento dos dentes atingidos pela acidez costuma ser atenuado pela ação da saliva, que contém cálcio e fósforo. Esses minerais repõem as perdas naturais do esmalte. Mas a ingestão freqüente de produtos ácidos não permite que a remineralização aconteça por tempo suficiente. “Cremes dentais muito abrasivos – como os antitártaro – e escovas de cerdas duras pioram a erosão”, diz Tinoco.

Alguns especialistas, porém, acreditam que a erosão desencadeada pela dieta saudável só aconteça em casos patológicos. “A pessoa teria de chupar limão todo dia”, diz a dentista Suzana Pimentel, do Instituto Bibancos de Odontologia, em São Paulo. A partir de que nível a acidez dos alimentos começa a danificar os dentes? Isso pode variar de pessoa para pessoa. Ninguém deve abandonar o estilo de vida saudável. Mas é preciso ficar atento ao desgaste dos dentes para que o sorriso seja tão saudável quanto o resto do corpo.

Revista Época


DENTES BRANCOS EM 14 DIAS


Novo gel branqueador promete clarear dentes em 14 dias


Clarear os dentes em casa já é possível. A Colgate-Palmolive acaba de lançar um gel branqueador para ser usado duas vezes por dia, após a escovação, sem necessidade de moldeira ou nenhum outro apetrecho. Basta pincelar cada um dos dentes com a solução, esperar secar por 30 segundos e ficar 30 minutos sem comer nem beber.


Em cinco ou seis dias já é possível perceber o efeito, mas o tratamento deve ser feito por 14 dias. Quem quiser obter um clareamento ainda mais evidente pode prolongar a aplicação por mais sete dias. O efeito dura aproximadamente seis meses, quando, então, o tratamento pode ser reiniciado.

Produto remove 57% das manchas

O Simply White Gel Branqueador é composto por um sistema polímero que adere à superfície dos dentes após a aplicação e não precisa ser retirado. Assim, o peróxido de carbamida, ingrediente ativo do gel, remove 57% das manchas na superfície dos dentes e também atua abaixo dela. Os dentes ficam três tons mais claros que a cor original.



O gel não prejudica o esmalte dos dentes. Os ingredientes usados são os mesmos que os dentistas utilizam para fazer o clareamento no consultório. O produto é indicado tanto para quem já fez o clareamento no dentista e quer prolongar o efeito obtido como por quem quer ter dentes mais brancos mas não pode pagar pelo tratamento com produtos ou a laser feito pelo profissional especializado.



A duração do resultado dependerá do contato e exposição dos dentes a agentes que mancham, como tabaco, vinho tinto, café e chá, entre o período das aplicações. Produtos industrializados que contém corantes artificiais também são contra-indicados. O frasco, suficiente para três semanas de tratamento, custa R$ 39.

Fonte: O DIA On Line



FOP ESTUDA BACTÉRIA CAUSADORA DA CÁRIE

No Brasil ainda há índices relativamente altos de cárie, principalmente nas crianças em idade escolar. A cárie dentária é um dos principais motivos que levam a perda de dentes pela progressão, comprometimento da vitalidade e infecção dos canais radiculares. Nesse sentido, a cárie profunda é um dos motivos principais que levam a perda de dentes. Para evitar essa perda, tem se procurado remover menos quantidade de tecido dentário cariado (dentina) para diminuir a possibilidade de expor a polpa dentária e a necessidade de tratamento de canal, que não garante sucesso. A remoção parcial do tecido cariado, isto é, da parte mais amolecida e infectada pelas bactérias, permite que a polpa, que é quem determina a vitalidade do dente, se restabeleça e produza mais dentina para protegê-la, evitando o tratamento de canal, diminuindo a possibilidade de perda do dente.

Essa remoção é feita com auxílio de instrumento manual, diminuindo o desconforto para o paciente com o uso de brocas em alta e baixa rotação. Além disso, há necessidade de uso de material que seja compatível com a polpa para proteger a parte interna da cavidade limpa. O material mais utilizado para essa função é o cimento de ionômero de vidro que adere à estrutura do dente, no esmalte e na dentina. Entretanto, essa técnica permite que parte das bactérias que habita as porções mais profundas da dentina permaneça, uma vez que não elimina por completo as bactérias presentes no tecido que se encontra mais endurecido (dentina afetada ou alterada).
 
A necessidade de tratamento que diminua ou evite o desenvolvimento das bactérias remanescentes motivou pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp a buscar meios alternativos para tratar a dentina afetada, aumentando a capacidade antibacteriana do cimento de ionômero de vidro utilizado nesse procedimento restaurador. Os resultados da tese de doutorado da cirurgiã-dentista Aline Rogéria Freire de Castilho foram animadores, ao verificar que a incorporação de antimicrobianos ao cimento de ionômero de vidro melhora o efeito antibacteriano do cimento, sendo biocompatível e sem perder a resistência mecânica e a adesão ao dente. A pesquisa avaliou a adição de digluconato de clorexidina e hiclato de doxiciclina em diferentes concentrações ao cimento de ionômero de vidro modificado por resina Fuji Lining LC (GC Corp., Japão), verificando-se que ambos os antimicrobianos são eficazes na inibição de crescimento de microrganismos cariogênicos.

De acordo com a orientadora do trabalho, professora da área de odontopediatria da FOP, Regina Maria Puppin Rontani, essa nova fórmula tem a capacidade de matar os microorganismos que por ventura tenham ficado na dentina após a remoção parcial do tecido cariado. Esse é o efeito antimicrobiano, cuja função é combater, controlar o crescimento e desenvolvimento dos microorganismos, consequentemente, inibindo a progressão da cárie, revela a pesquisadora.
 
Fonte: A Tribuna

NÃO PRECISAMOS ESCOVAR OS DENTES - DIZ ESPECIALISTA


Há 10 anos, Paul Warren descobriu que era possível viver bem sem escovar os dentes. Ele conduziu uma pesquisa em pacientes, que, durante dois anos, deixaram as escovas de dente de lado e utilizaram somente um enxaguante bucal chamado clorexidina. Resultado: todos os problemas com doenças associadas a bactérias, como cáries e gengivite, foram controlados completamente. Mas o pesquisador britânico descobriu também que, apesar da pouca paciência para escovar os dentes, os seres humanos adoram a sensação de “dever cumprido” após a escovação — e que algumas bochechadas não eram suficientes para substitui-la.
Warren é o vice-presidente de assuntos sobre a saúde bucal da P&G, grupo que controla a marca Oral-B. Ele já escreveu mais de 100 artigos sobre o controle mecânico e químico das bactérias na boca e, na última semana, esteve no Brasil, em Salvador, para o congresso da Associação Mundial Dentária. Warren explicou a VEJA.com porque o enxaguante bucal ainda não está nas prateleiras dos supermercados e como será a escova de dente do futuro.
 
Escovar os dentes é coisa do passado?
 
Fizemos uma pesquisa há 10 anos com um enxaguante bucal. Durante dois anos, foi tudo o que os pacientes usaram, duas vezes por dia. Conseguimos controlar o problema de placa bacteriana completamente e com isso acabaram os problemas de gengivite. E se a quantidade de açúcar em contato com os dentes fosse controlada, era possível controlar as cáries também. Contudo, embora as pessoas não tivessem mais que escovar os dentes, elas não gostavam disso. Para elas, limpar os dentes requeria algum esforço e o enxague não era suficiente, mesmo o estudo mostrando que a saúde dos dentes e da gengiva foi preservado nos dois anos durante a pesquisa.

E esse enxaguante foi desenvolvido por vocês?

Não. Trata-se de um enxaguante genérico chamado clorexidina, disponível por meio de receita médica em várias partes do mundo. Ele envolve a superfície do dente com cargas negativas, então, quando uma bactéria se aproxima, ela é repelida por causa da carga do íon que está lá. Como qualquer medicação, existe também um risco associado.

Qual é o problema com a clorexidina?

O problema com esse enxaguante é que ele ajuda na formação de manchas nos dentes. Então, se a pessoa consumir muito café, chá ou vinho vermelho, é provável que ela desenvolva um certo nível de manchas nos dentes. Isso, claro, é inaceitável para muitas pessoas. A clorexidina é muito útil para situações onde o paciente não pode escovar os dentes, por causa de uma cirurgia, por exemplo. Mas, para grandes períodos de tempo, os efeitos colaterais não são animadores. Além disso, muitas pessoas não gostaram do gosto, que é bem forte. Eu brinco que se você gosta da bebida Campari, você irá amar clorexidina. A nossa intenção era encontrar algo que pudesse se fixar no dente e impedir a formação de bactérias eliminando a fonte das placas.

A criação de um enxaguante bucal capaz de aposentar a escova de dentes não seria um tiro no próprio pé?
 
Não acredito que a nossa pesquisa traria esse tipo de consequência. Em primeiro lugar, os resultados mostraram que mesmo controlando as placas com um enxaguante, as pessoas ainda gostariam de escovar os dentes. A impressão é que as pessoas precisam sentir o esforço ao escovar os dentes para se sentirem aliviadas. Como dentista, fiquei feliz por termos conseguido controlar a formação de bactérias apenas com um enxaguante, porque a maioria das pessoas passa apenas 46 segundos escovando os dentes. Todos os nossos estudos mostraram que o tempo médio de escovação é inferior a 50 segundos. E se você gasta menos que dois minutos escovando os dentes, você não está realizando uma higienização adequada.

A clorexidina seria capaz de eliminar a necessidade de utilizar fio dental?

O enxaguante que estudamos não é capaz de eliminar a comida que fica presa entre os dentes. Uma dentição perfeitamente alinhada e distribuída não teria esse tipo de problema, mas como a maior parte das pessoas não possui uma dentição perfeita, a resposta é não.
 
O enxaguante bucal seria mais barato que escovar os dentes?
 
Essa é uma questão interessante. Não tenho dados para afirmar que sim. Mas depende de quanto custaria o enxaguante se ele existisse no mercado de massa. Contudo, uma escova de dente é um aparato relativamente barato. É possível adquirir escovas mais sofisticadas que possuem preços variados e uma escova elétrica pode custar até 100 dólares. E honestamente, sob uma perspectiva de eficiência pelo custo, uma escova elétrica é melhor do que uma escova manual.
 
Vocês continuam na busca por um enxaguante que elimine a necessidade de escovas de dentes?
 
O clorexidina ainda é o padrão máximo para remoção de placas no que diz respeito a enxaguantes bucais e sabemos que ele possui esses efeitos colaterais com relação ao sabor e formação de manchas. Continuamos buscando outros agentes que pudessem ter a mesma eficácia sem os efeitos colaterais, mas, depois de 15 anos, ainda não encontramos nada. Isso quer dizer que ainda teremos que escovar nossos dentes com uma boa pasta dental e utilizar o fio.

O que podemos esperar para o futuro?

Houve uma pesquisa feita nos EUA ano passado perguntando às pessoas quais cinco objetos elas levariam para uma ilha deserta. O segundo colocado na lista foi a escova de dente. Isso mostra como as pessoas estão ligadas a esse pequeno objeto. Creio que, baseado nas muitas pesquisas que estive envolvido por todos esses anos, temos escovas manuais bastante eficientes se usadas devidamente. Esse é o desafio. Então, acredito que as pesquisas irão apontar para o desenvolvimento de escovas elétricas, uma vez que elas fazem um trabalho melhor em menos tempo.

As escovas elétricas estão por aí há um bom tempo, mas a maioria das pessoas ainda prefere as escovas simples.

Temos que motivar as pessoas para que a utilização seja correta. Por isso, teremos escovas elétricas com algum tipo de mecanismo de resposta, não apenas com uma contagem regressiva a partir de dois minutos, mas demonstrando quais partes da boca devam ser escovadas melhor, se a pressão está correta e assim por diante. Também acredito que as escovas terão uma função diagnóstica. Ou seja, aproveitar todas as informações existentes na saliva da pessoa. Seria possível captar, por meio de chips presentes na escova, informações sobre a sua saúde bucal e geral. Sabemos que a saliva pode mostrar indícios de diabetes e, se há sangramento, pode ser algum sinal de gengivite. O dentista poderia verificar a sua escova e dizer que você precisa se esforçar mais na escovação ou que você apresenta sinais de diabetes, cáries ou gengivite, por exemplo.

E como seria a escovação perfeita?

A primeira coisa a ser notada é a importância da saúde bucal. A boca não é separada do corpo, existe uma relação muito grande entre a saúde do nosso corpo e a saúde bucal. Por isso, uma boca saudável faz parte de um corpo saudável. E para chegar nesse estágio, é preciso existir uma escovação adequada, sistemática, passando em cada um dos dentes cobrindo todas as regiões. É preciso uma escova de dente com uma cabeça pequena para que todas as áreas sejam alcançadas e o mais importante, que você tenha paciência. Se você dedicar pouco tempo de manhã porque está com pressa para o trabalho ou escola, gaste mais tempo à noite para compensar.
 
Fonte: Veja Online

ACUMPUNTURA ATENUA DOR OROFACIAL

Estudo realizado em um serviço público de saúde, no município espanhol de Dos Hermanas, na província de Sevilha, atesta a eficácia da acupuntura para o tratamento da cervicalgia crônica, uma queixa comum na população de adultos em todo o mundo, caracterizada por dor orofacial. A pesquisa feita pela Cirurgiã-Dentista, Camila da Silva Gonçalo, investigou a história clínica de cem pacientes e conclui que a acupuntura pode ser uma opção válida também no Brasil, aonde esta terapia vem ganhando espaço no serviço público de saúde.

Segundo Camila, trata-se de um recurso adicional ao tratamento convencional, pois no estudo foi constatada uma redução significativa da intensidade da dor, do consumo de analgésicos, e das desordens do sono, entre outros fatores. "São poucos os trabalhos realizados na área odontológica, relacionando práticas integrativas e complementares em saúde pública e, por isso, quis investigar o assunto. Pelos resultados, acredito que a prática poderia reduzir os custos do sistema público de saúde", destaca a Cirurgiã-Dentista.
 
Camila passou seis meses na Espanha, com financiamento do Banco Santander e acompanhamento do professor Jorge Vas, da Universidade de Málaga, para desenvolver a pesquisa de mestrado apresentada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), sob orientação do professor Antonio Carlos Pereira. A experiência, segundo ela, foi única, uma vez que o serviço de saúde onde estagiou tem como foco central o tratamento de dores crônicas. "É uma unidade de saúde onde se aplicam a acupuntura e outros recursos da medicina tradicional chinesa", explica. Todos os voluntários fizeram, em média, oito sessões de acupuntura e apresentavam quadro de dor por mais de três meses.
 
Fonte: Portal APCD