terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Higienização da escova de dentes deve ser diária


Além dos cuidados que você já tem com a saúde bucal de sua família, é preciso também higienizar a escova de dentes todos os dias


Manter em dia a higiene da boca é muito importante para a sua saúde e a do seu filho. E a limpeza da escova de dentes faz parte desse cuidado. Não basta lavar e retirar o excesso de água da escova. É preciso higienizá-la diariamente com produtos que tenham ação antimicrobiana, como os enxaguantes bucais. Isso porque, em nossa boca, existem cerca de 900 espécies de bactérias capazes de sobreviver por um dia inteiro entre as cerdas, prontas para "voltar ao lar" na próxima escovação. 



Uma pesquisa feita em 2008 pela Forp (Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP) mostrou que, entre 40 mães de bebês de 1 a 3 anos, apenas uma fazia desinfecção da escova dental. O resultado foi ainda pior com as mães de crianças entre 6 e 12 anos: das 40, nenhuma relatou fazer a higienização. E apenas quatro das participantes do estudo disseram ter recebido algum tipo de orientação sobre cuidados com as escovas após o uso.

Para Paulo Nelson Filho, especialista em odontopediatria e um dos realizadores desse levantamento, a orientação deve partir dos dentistas para que a higienização das escovas torne-se parte da rotina dos pacientes. "Assim como ninguém reutiliza fio dental ou veste a mesma roupa por dias seguidos, a desinfecção desses itens é um hábito de higiene pessoal que deve ser adquirido", reforça o pesquisador. 




Como fazer

1. Armazene o enxaguante bucal numa embalagem spray de plástico ou de vidro.

2. Borrife-o nas cerdas e na cabeça da escova uma vez ao dia, após escovar os dentes à noite.

3. Guarde a escova no armário do banheiro e não sobre a pia. O banheiro é o cômodo da casa que está mais sujeito à contaminação por microorganismos.

4. Antes de utilizar a escova novamente, pela manhã, lave-a em água corrente. Assim você retira as bactérias mortas.

5. Para eliminar o excesso de água após a escovação, bata o cabo da escova na pia. Não use a toalha de rosto para secá-la.


O que comprar

Há diferentes princípios ativos nos enxaguantes bucais. Segundo Nelson Filho, os mais eficazes para desinfecção são os que apresentam a substância digluconato de clorexidina, em concentração de 0,12%. "Mas não importa o produto que você escolha. O fundamental é fazer a higienização correta", diz o especialista.


O que as mães não devem esquecer
- A boca da criança pede escovas com cerdas mais suaves e com cabeça menor

- No caso dos cremes dentais com flúor, uma quantidade equivalente a um grão de arroz é suficiente e segura

- A escovação deve acontecer após as refeições, três vezes ao dia

- Se seu filho já escovou os dentes e está indo dormir, não dê alimentos para ele

- Troque a escova de dentes a cada 2 ou 3 meses

- O fio dental já pode ser usado desde que aparecem os primeiros molares (entre os 2 e 3 anos)

- Ensine seu filho a escovar os dentes sempre, e da maneira correta. Crie nele o hábito de cuidar bem da saúde da boca.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mapeamento da contaminação ambiental através do Esmalte Dentário

Uma nova técnica promete facilitar o processo de mapeamento da contaminação ambiental por chumbo em grandes populações. A cirurgiã-dentista Glauce Costa de Almeida, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, demonstrou em seu mestrado que o esmalte do dente pode ser utilizado como marcador de poluição ambiental de uma determinada área. "Além disso, a técnica se mostrou de fácil execução, rápida e muito pouco invasiva, o que facilita a análise em populações de baixa faixa etária", afirma a pesquisadora, que trabalhou na área de Odontopediatria.



No estudo, Glauce analisou a composição do esmalte de cerca de 270 crianças, entre quatro e seis anos, de escolas públicas na cidade de Ribeirão Preto e de uma região em Bauru, próxima a uma fábrica de reciclagem de baterias.

Os resultados mostraram que em Bauru, as crianças apresentavam, em média, três vezes mais chumbo no esmalte de seus dentes em relação às crianças da outra cidade. Enquanto as concentrações em Ribeirão Preto ficavam entre 100 microgramas por grama de esmalte, em Bauru nenhuma criança obteve uma proporção menor que 400, atingindo cifras superiores a 1.000.

Segundo Glauce, a contaminação por chumbo pode causar inúmeros danos à saúde , sendo o sistema nervoso central o principal atingido. Quando os contaminados são crianças em crescimento o perigo é maior, podendo prejudicar o desenvolvimento neurológico e acarretar problemas como nefropatia (nos rins), infertilidade masculina e comprometimento da audição. "Algumas crianças atendidas em Bauru já haviam sido internadas para tratamento em Botucatu", conta.

Indolor
Exames de sangue, a técnica mais utilizada para a detecção dos níveis de chumbo no organismo, são difíceis de serem aplicados em crianças e em grandes quantidades de pessoas. Já a técnica adaptada por Glauce consiste em recolher uma pequena amostra do esmalte com ácido clorídrico diluído, um processo totalmente indolor e sem prejuízos para os dentes do paciente, pois posteriormente são feitas aplicações tópicas de flúor no local da extração.





No entanto, o método não está pronto para ser utilizado clinicamente. "Ainda não se sabe qual o valor de chumbo no esmalte do dente que pode causar prejuízo à saúde do paciente", explica ela. A professora Raquel Fernanda Gerlach, que orientou o estudo, acrescenta que "até o momento, acredita-se que o chumbo acumulado no esmalte revela a contaminação a que as crianças estavam expostas no passado, no período em que os dentes de leite estavam calcificando".

Glauce adianta que seguirá esta mesma linha de pesquisa em seu doutorado, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre outras coisas, ela estudará a maneira como o dente absorve o chumbo, questão essencial para determinar com segurança a contaminação ou não dos indivíduos. Ela acrescenta ainda que no Brasil quase não existem pesquisas acerca da poluição ambiental causada pelo chumbo e de como ela afeta as populações envolvidas. "Em Ribeirão Preto não havia nenhum dado sobre isso em crianças sem exposição aparente, e o mesmo ocorre em muitas outras cidades brasileiras".

A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), alem da colaboração de diversos pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da própria Forp, todas instituições da USP, e da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp.


Fonte : Agência USP de notícias 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A boa comunicação na aproximação da saúde com a população

Para o bem ou para o mal, os profissionais de saúde estão hoje muito mais próximos da população – seja pela facilidade oferecida pelas mídias sociais, meios de comunicação, internet e mundo virtual, tudo ao alcance de um clique do mouse e das pesquisas na web; pela maior conscientização sobre os direitos ditos  universais a tratamentos; ou pela divulgação massiva que os assuntos saúde e bem-estar vêm tendo ao longo das últimas duas décadas.
É esse estar presente em todas as etapas da vida do ser humano, informando noções de saúde é gratificante. Coloca o trabalho de comunicar um passo adiante na direção do bem-estar coletivo e do dever cumprido, e isso faz bem a todos os envolvidos.
Assim, a falta de agilidade do serviço público disponível à população, o registro de inúmeros casos de má prática profissional na Medicina e na Odontologia, a existência de práticos em todos os pontos do País (como recentemente o caso do cirurgião-dentista que passou a dar consultas médicas), a existência de erros e a falta de ética médica se contrapõem a um novo panorama, notadamente na Odontologia. É nesse nicho que se vê mais fortemente a tendência de aproximação na relação cirurgião-dentista x paciente. A qualidade e a confiança do serviço e do profissional são os fiéis dessa delicada balança que, a qualquer descuido, pode se desestabilizar.

Como toda relação, requer cuidados especiais e, além disso, uma ótima comunicação, clara, sem ruídos e sem deixar dúvidas. Muitas vezes, um ótimo trabalho de pesquisa se perde por não ser adequadamente comunicado. Ou uma inovação tecnológica não chega ao ponto X, o consumidor/paciente, por desconhecimento das regras que permeiam o pantanoso terreno entre o que é editorial e o que é comercial para os dois lados do balcão.
Saúde e comunicação têm em comum o fato que começam pela boca. É através dela que se passam as mais importantes informações tanto para o paciente como à população, multiplicando-as através do trabalho do comunicador.  A comunicação e suas inúmeras ferramentas devem ser usadas a favor do cirurgião-dentista, de seu paciente e da comunidade, formando uma trilogia que funciona em favor da saúde. Experimente, comunicação também faz bem à saúde!

 
  Fonte : www.jornaldosite.com.br