segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Broca dentária já tem 9000 anos

Um artigo publicado recentemente na conceituada revista Nature divulgou uma descoberta odontológica feita no Paquistão. Um grupo de arqueólogos escavou um cemitério pré-histórico na província do Baluquistão e encontrou pelo menos nove crânios com uma característica curiosa. Possuíam pequenas perfurações nos dentes. Perto das ossadas também foram localizadas protótipos primitivos da moderna broca dentária.

Exames com carbono 14 revelaram que os donos dos crânios viveram entre 5.500 a.C. e 7.000 a.C.. Antes se pensava que a odontologia havia iniciado há cerca de 5.000 anos, porém este achado mostra que a profissão é bem anterior. Lembrando que a moderna anestesia só foi inventada no século XIX.
 
Os dentes encontrados eram molares, de difícil acesso. Em pelo menos um caso, o dentista das cavernas realizou a perfuração a partir do fundo do dente, em direção à frente da boca, demonstrando grande perícia. Os orifícios tinham 3,5 milímetros de profundidade.

Um dos responsáveis pela descoberta, o antropólogo David Frayer disse à revista que os buracos eram perfeitos. “Mostrei as fotos ao meu dentista e ele achou os buracos surpreendentes”, comentou o pesquisador.

Quanto à técnica utilizada nas perfurações, os arqueólogos presumem que um pequeno arco era usado para introduzir as brocas feitas de pedra lascada nos dentes do paciente. Ainda que tudo fosse feito com grande cuidado, dói só de pensar. Os pesquisadores realizaram uma simulação do método empregado e perfuraram um dente humano (previamente extraído do dono) em cerca de um minuto.

Os autores da descoberta imaginam que as perfurações eram praticadas para aliviar a dor de cárie. Muitos dos dentes encontrados estavam cariados. Não foram encontrados sinais de obturações, mais os arqueólogos especulam que uma substancia similar ao piche poderia ter sido empregada. Além disso, tudo indica que os pacientes eram capazes de mastigar sem problemas após os procedimentos.

Apesar de bons dentistas, estes homens primitivos não faziam parte de uma civilização tão próspera. Segundo o professor Roberto Macchiarelli da Universidade de Poitiers, na França, a tribo encontrada tinha uma agricultura pouco desenvolvida, com quase nenhuma produção de algodão ou lã.
 


Por Redação Pantanal News/Portal Educação







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