segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Antissépticos que ardem na boca dão a falsa ilusão de limpeza

 As inúmeras promessas para eliminar os germes que causam cáries, mau hálito e clareamento estão estampadas nos rótulos dos antissépticos.

Nas farmácias e supermercados eles são vendidos com e sem álcool, alguns até para as crianças. Mas será que vale à pena bochechar e gastar dinheiro à toa?

Dentistas alertam que esses produtos bucais, de venda livre, apenas complementam a higiene. O que funciona mesmo é a escovação diária e o uso de fio dental.
 
O principal ponto que leva uma pessoa a adquirir um antisséptico é para evitar o mau hálito. Segundo a especialista em implantes Maristela Lobo, os produtos não resolvem o problema, que em 90% dos casos tem origem em áreas com tártaro. Para a dentista, os produtos para bochechos apenas atenuam o odor desagradável.

“Quando a placa bacteriana já está instalada, sua remoção é realizada apenas nos consultórios odontológicos”, explica a tutora do Portal Educação, odontóloga Christiane Linda Toriy. A tutora alerta que o uso contínuo dos antissépticos “pode levar à descamação da mucosa e desequilíbrio da flora bacteriana na boca”.

Ela ainda completa que o uso mais indicado dos antissépticos, e por um tempo determinado, é quando se realiza cirurgias bucais. A maioria das pessoas acredita que a fórmula de arder na boca, devido à presença de timol e eucaliptol, significa que os dentes estão limpos e não há mais germes.

No mercado há produtos para cada ocasião e idade. Para crianças, por exemplo, o bochecho deve ser realizado com acompanhamento do dentista e dos pais. “O excesso de flúor causa intoxicação e doença óssea”, diz Maristela.

Há aqueles que prometem clarear, isso é diferente de branqueamento, que só é obtido com tratamento específico, diz o dentista Newton Miranda de Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Odontologia. Ele também defende que esses produtos sejam aplicados com orientação e reforça que os bochechos não substituem a escovação e o uso de fio dental.

Os produtos com álcool podem causar irritação e ressecam a boca, mas isso não está diretamente relacionado a câncer, comenta Miranda. O dentista José Eduardo Pelino, gerente de assuntos profissionais e científicos da Johnson & Johnson no Brasil, que tem a linha Listerine, lembra que a fórmula existe há mais de um século no mundo e é segura, sendo indicada no complemento da escovação e depois do uso de fio dental. O fabricante recomenda bochechos por 30 segundos com 20ml, duas vezes ao dia.

Fonte:Portal Educação



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