quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dentes podem ser doados para o Banco de Dentes da Bahia

Na troca do dente de leite por permanente é muito comum as mães orientarem seus filhos a colocar os dentes embaixo do travesseiro, para que a fada do dente venha com um presente, ou até mesmo jogar no telhado. Independente da superstição, essa tradição pode mudar. Foi inaugurado o Banco de Dentes Humanos (BDH) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), com objetivo de receber os dentes por doação para ser destinado ao transplante e estudo de universitários.

Segundo pesquisas, hoje o dente é considerado um órgão humano que se pode rastrear o DNA de uma pessoa. De acordo com o coordenador do BDH, professor Júlio Motta, a implantação do novo espaço é um processo de valorização da Odontologia. “Não há nada igual no Brasil. Antes os estudantes precisavam ir a cemitérios buscar dentes para treinar. O dente é um veículo de alta periculosidade de transmissão de Aids e Hepatite”, salienta.

Outro ponto é o processo de higienização que passarão todos os dentes recebidos, para que sejam manipulados sem riscos de contaminação. “Depois de armazenados são emprestados para treinamento dos alunos nas disciplinas, em estudos das formas dos dentes, restaurações, pesquisas e trabalhos científicos”, detalha Júlio Motta.

Um fator importante que tende a acabar é o comércio ilegal de dentes em cemitérios. “Os coveiros que vendem dentes podem ser presos. É preciso respeitar a cidadania, valorizar e divulgar os dentes como órgão humano”, conclui Motta.

No banco da Universidade, todo e qualquer dente pode ser doado. Os dentes de leite das crianças, os permanentes dos adultos em qualquer condição servem para o Banco. O projeto BDH ainda quer estimular essa participação de alunos da rede pública e privada de ensino. “Com o acesso a informações sobre a importância do ato, espera-se que crianças e adolescentes sejam agentes multiplicadores, incentivando pais e outros familiares à prática de doação de qualquer órgão humano para salvar vidas”, diz Motta.

O grande ponto positivo dessa iniciativa é o transplante brasileiro, e com a criação desse Banco, o problema poderá ser amenizado. No sul do país são 20 doadores por milhão, na Bahia só três. Para doar dentes extraídos, os interessados devem entregá-los diretamente nos postos de atendimento odontológico, em embalagem plástica ou qualquer recipiente fechado com água de torneira, que deve ser trocada a cada oito dias. O material pode, ainda, ser enviado por meio de correspondência. Mais informações pelo telefone (75) 3224-8424.

“Não é de hoje que sabemos que dente é um órgão. Por isso é extremamente proibida sua comercialização. O banco de dentes está à disposição dos estudantes. Vamos esperar uma campanha de divulgação mais massiva que possa orientar não só a criança, mas a mãe, a fim de que todos possam colaborar com as pesquisas e implante de dentes”, explica a tutora do Portal Educação, odontóloga Christiane Linda Toriy.

Fonte:Portal Educação



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