sábado, 7 de agosto de 2010

Pesquisa analisa relação entre colocação de coroas e problemas periodontais

Pesquisa analisa relação entre colocação de coroas e problemas periodontais
 
Resultados mostram que as coroas podem ser associadas a mais sinais de inflamação, provocando sangramentos, vermelhidão e mau hálito, apesar de não estarem diretamente associadas à destruição periodontal.
 
Inúmeros estudos mostram uma relação entre a colocação de coroas fixas e as condições periodontais dos pacientes, apontando para uma maior incidência de inflamação das gengivas e destruição periodontal. No entanto, nem sempre a utilização de coroas representa problemas aos pacientes. Isso é o que mostram Cassiano Rösing e equipe da Universidade Lutherana do Brasil em um trabalho que teve como objetivo avaliar retrospectivamente as condições periodontais de pacientes com coroas fixas colocadas de 3 a 5 anos antes da realização da pesquisa.

De acordo com artigo publicado no número quatro de 2007 da revista Brazilian Oral Research, “40 pessoas foram analisadas no estudo. Exames clínicos de toda a boca foram realizados avaliando-se Índice de Placa Visível (IPV), Índice de Sangramento Gengival (ISG), Profundidade de Sondagem (PS) e Nível Clínico de Inserção (NCI) em 6 sítios por dente. Radiografias paralelas foram obtidas e analisadas cegamente por paquímetro digital (distância do ápice à crista óssea). Testes BANA também foram realizados. Um dente hígido contralateral foi considerado como controle”.

Os resultados mostram que as coroas apresentaram um valor médio de Índice de Placa Visível de 30,42%, comparado com 49,17% para dentes hígidos. O Índice de Sangramento Gengival foi de 33,33% e de 26,25% para dentes com coroas e hígidos, respectivamente. A Porfundidade de Sondagem revelou valores de 2,30 e 2,14 mm e a análise do Nível Clínico de Inserção demonstrou médias de 2,02 e 1,89 mm para coroas e dentes hígidos, respectivamente. Os valores médios para as distâncias radiográficas foram de 12,73 e 13,67 mm, e para o teste BANA, de 67,50 e 50,00 para dentes hígidos e com coroas. Segundo a equipe, foram observadas diferenças significativas para todos os parâmetros, exceto para NCI e para o teste BANA.

Dessa forma, os pesquisadores concluem que as coroas podem ser associadas a mais sinais de inflamação, entretanto não com destruição periodontal. “Apesar de os resultados não demonstrarem relação entre a colocação de coroas e a destruição periodontal, o fato de elas estarem associadas a mais sinais de inflamação deve ser levado em consideração, uma vez que as gengivites estão diretamente ligadas a uma pior qualidade da saúde bucal, em decorrência do sangramento, vermelhidão e do mau hálito, que hoje em dia é socialmente inaceitável”, destacam no artigo.
 

Agência Notisa

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