segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Prática de automedicação em casos de dor de dente é comum

Prática de automedicação em casos de dor de dente é comum
 

Pesquisa realizada no Recife (PE) mostra que a maioria dos farmacêuticos não se preocupa em pedir a prescrição médica, principalmente aqueles com maior tempo de trabalho na área e menor qualificação profissional.
 
A dor exerce um impacto tão grande em uma pessoa, que, muitas vezes, a leva a se automedicar. Levando em consideração que a dor de dente é uma das mais prevalentes entre a população e também uma das mais incômodas, Flávia Duarte e equipe da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado de Pernambuco resolveram avaliar os fatores associados à automedicação relacionados à dor de dente, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.



Para tanto, os pesquisadores analisaram o nível de conhecimento dos profissionais de farmácias do Recife (PE) sobre a automedicação relacionada à dor de dente. Foram entrevistados 179 profissionais em 120 estabelecimentos visitados. Os dados foram coletados através de questionário. De acordo com artigo publicado na edição de abril de 2008 da revista Ciência & Saúde Coletiva, “em países desenvolvidos, os rígidos controles estabelecidos pelas agências reguladoras e o crescente envolvimento dos farmacêuticos com orientação dos usuários de medicamentos tornam menos problemática a prática da automedicação. Já no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação”.



Os resultados mostram que 67,0% dos entrevistados atenderam pessoas que relataram dor facial nos últimos seis meses, sendo que 91,6% relataram dor de dente. Os especialistas observaram ainda que 83,7% dos homens e 73,3% das mulheres indicaram medicamentos sem prescrição e que os profissionais com 2º grau indicam mais medicamentos sem prescrição para pacientes com dor de dente. “Ficou evidenciado que o tempo de atividade no setor e a formação do profissional são fatores que podem contribuir para o aumento da automedicação, tendo sido demonstrado que quanto maior o tempo de trabalho na área e menor a qualificação profissional, maior o percentual de indicação de medicamentos sem prescrição”, afirmam no artigo.



Segundo os pesquisadores, o impacto da dor de dente na utilização de medicamentos reforça a necessidade de informar a população sobre o uso adequado destes medicamentos. “Este trabalho demonstrou a importância de serem planejadas ações de promoção de saúde bucal que envolvam os profissionais da área de dispensação de medicamentos, pois dado a grande falta de acesso aos serviços odontológicos da população brasileira, principalmente entre os 20% mais pobres e que estão na faixa etária de 20-49 anos, estes profissionais podem se constituir em importantes agentes promotores da saúde bucal”, ressaltam.



Agência Notisa

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